segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Pastoral - E daí, se eu quebrar?

Pastoral


(Domingo, 21 de novembro de 2010)

E daí, se eu quebrar?

Por associação de ideias, quando pensamos em "senhor", de imediato nos ocorre também a palavra "escravo". Pensamos em escravidão, feia e triste mancha nas páginas da história de vários povos, inclusive a nossa. O escravo, como se fora mero objeto de propriedade do seu senhor, às vezes sofria todo tipo de maus-tratos, sem que tivesse a quem apelar por justiça senão a Deus.

Somos escravos do Senhor, embora muito bem tratados por ele. Pedro disse: "Saiba pois com certeza toda a casa de Israel que a esse mesmo Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo" (At 2.36).

Até hoje, quando oramos, começamos com o pressuposto de que Ele é Senhor, de fato, das nossas vidas, porque começamos formalmente assim: "Senhor, ...". É ele então quem orienta os seus relacionamentos? Ele aprova todos os seus negócios? Ou você é daqueles que dizem: "Religião é religião, negócios à parte"? Será que ele aprova todo o uso que fazemos de nosso dinheiro?

Se você tem um automóvel, ele é seu ou é de Cristo? A casa onde você mora é sua, ou é de Cristo? O quarto onde você se isola é seu ou é propriedade de Cristo? O computador que você usa, é seu ou é dele? As palavras que você diz refletem o senhorio de Cristo? É ele senhor do seu vocabulário? Da sua língua? Das suas piadas? É ele glorificado com as palavras que você diz, com os comentários que você faz? É ele glorificado com os sites que você visita na Internet?

Se chamamos a Jesus Senhor, precisamos então deixar que ele domine cada área de nossa vida, cada item do nosso cotidiano. Não vale esconder ou tentar esconder nada dele. Ou Jesus é senhor de tudo, ou ele não é senhor de nada.

Precisamos aprender a orar como Nikos Kazantzakis, escritor grego: Senhor, sou um arco em tuas mãos. Estende-me, para que eu não perca a utilidade. Mas não me estendas além da conta, Senhor, porque eu posso quebrar. Estende-me além da conta, Senhor. E daí se eu quebrar?

Pr. João Soares da Fonseca

jsfonseca@pibrj.org.br

Nenhum comentário: