domingo, 12 de setembro de 2010

Pasto Liberdade ou Morte

Pastoral

(Domingo, 12 de setembro de 2010)

Liberdade ou Morte

O homem algemado é um homem morto. Embora estejamos festejando a semana da liberdade do Brasil, vale a pena conhecer uma história que nos vem da velha Palestina.

Depois da destruição de Jerusalém no ano 70 D.C., alguns judeus zelotes refugiaram-se numa elevação pedregosa, de 75 metros de altura, onde Herodes construíra uma fortaleza perto do Mar Morto. Massada era, segundo o historiador Flávio Josefo, "inacessível mesmo aos animais".

No ano 72, Flávio Silva, por ordem de Vespasiano, atacou os rebeldes judeus aí refugiados. Eram 15.000 romanos contra 1.000 judeus. E ainda assim foram necessários quase dois anos para que o exército maior derrotasse o menor. A resistência judaica foi corajosa. Mas era evidente que, cedo ou tarde, tombariam. Josefo narra o triste fim: Eleazar ben-Jair, o líder, fez um discurso emocionado, propondo o suicídio de todos: "...continuamos inquebrantáveis na resolução de preferir a morte à servidão". Combinou-se que os homens matariam suas esposas e filhos. Em seguida, dez homens escolhidos matariam todos os outros. Por fim, os dez lançariam sortes para escolher aquele que mataria os nove outros. Este último, por fim, se lançaria contra a própria espada. Assim, a fortaleza foi queimada, com exceção das despensas para que os romanos não pensassem que a falta de comida fora a causa do suicídio.

Quando os romanos finalmente chegaram ao alto, encontraram 960 cadáveres. Apenas sete pessoas (duas mulheres e cinco crianças) sobreviveram, por se terem escondido numa cisterna. Era o dia 15 de abril, segundo Josefo. Ao invés de celebrar a vitória, os romanos puseram-se a admirar a coragem desses judeus. E, como resultado, pouparam os sete sobreviventes, que lhes contaram esta história.

Hoje, Massada é parada obrigatória no roteiro dos turistas que vão a Israel. O exército israelense faz que os jovens que nele ingressam jurem: "Massada não voltará a cair".

Pr. João Soares da Fonseca
jsfonseca@pibrj.org.br

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