29 Julho
Cicatrizes, Sim! Diplomas, Não.
A figura é de Peter Marshall (1902-1949), célebre pregador presbiteriano, que foi capelão do Senado norte-americano. Ele disse: "Quando chegarmos finalmente ao alvo a que todos nos dirigimos, Deus não olhará para os nossos diplomas, mas para as cicatrizes que tivermos". Talvez seja por isso que a vida na terra é uma fábrica de cicatrizes. Vivemos e morremos marcados pelas feridas da existência. Ninguém deve iludir-se com o ideal utópico de uma vida sem machucaduras neste mundo. Já ao nascer, ferimos com intensas dores aquela que nos traz ao mundo. O próprio nascimento já é uma ferida. Aprendendo a andar, a criança cai muitas vezes e muitas vezes se machuca. Os jovens se machucam na escolha da profissão, na eleição do cônjuge...aliás, como ferem as escolhas equivocadas! E mesmo ao morrer, deixamo-nos que fica uma outra ferida sangrando: a dor da separação.
Uma existência sem lágrimas seria uma existência sem sentido. Nada tem a dizer aquele que nada sofreu. O próprio Deus, ao concretizar o plano de nossa salvação, encarnou-se num ser humano e sofreu conosco as nossas dores. Daí ser ele chamado também de "o Servo Sofredor". Dele escreveu Isaías: "Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer... Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados" (Is 53.3-5).
Ao chegarmos ao céu, uma das primeiras coisas que desejaremos ver são as cicatrizes nas mãos de Cristo. Os sinais daqueles cravos que o imobilizaram na rude cruz serão um atestado eloqüente de sua vitória sobre a morte e o inferno. Visão mais bendita não haverá!
Pr. João Soares da Fonseca
jsfonseca@pibrj.org.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário