sábado, 7 de fevereiro de 2009

PASTORAL

8 fevereiro de 2009)
O Terceiro Céu
Paulo era muito humilde. Em vez de dizer, na primeira pessoa, "fui arrebatado...", disse-o na terceira: "Conheço um homem em Cristo que há catorze anos foi arrebatado ao terceiro céu" (2Co 12.2). Ele mesmo não sabia explicar "se [foi] no corpo ou fora do corpo" (2Co 12.3).
Terceiro céu? Onde fica? A resposta é que os judeus daqueles dias criam haver três níveis de céu: o primeiro, os céus atmosféricos, simbolizado pelas nuvens. O segundo, o céu infinito, lembrado pelas estrelas. O terceiro, o céu invisível, onde estão Deus e os anjos. Jesus se referiu a esse lugar como "seio de Abraão" (Lc 16.22), "paraíso" (Lc 23.43), "casa de meu pai" (Jo 14.1), entre outros.
Mais que o texto, porém, o que nos intriga é o contexto. Por que Paulo teve que mencionar isso? Resposta: porque os crentes coríntios, na sua carnalidade explícita, achavam Paulo menos espiritual que os outros líderes da igreja. Como a dizer, "os outros têm visões e revelações, o pobre Paulo não". Este espírito orgulhoso continua vivo e ativo em algumas igrejas do nosso tempo. Paulo disse que nesse terceiro céu... "ouviu palavras inefáveis" (2Co 12.4), mas não deixou que tais palavras substituíssem "a palavra da cruz" em sua pregação (1Co 1.17). Paulo não caiu na tentação a que sucumbiu o cientista sueco Emmanuel Swedenborg (1688-1772). Alegando comunicação privilegiada com anjos e espíritos, esse luterano acabou por ensinar doutrinas que contrariam o próprio evangelho, como a despersonalização da Trindade, o monopólio da interpretação das Escrituras, a salvação pela fé MAIS as obras e a volta de Cristo já ter ocorrido em 1757. Fique alerta: "...ainda que... um anjo do céu vos pregue um evangelho diferente do que já vos pregamos, seja maldito" (Gl 1.8).
Pr. João Soares da Fonseca
jsfonseca@pibrj.org.br

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