Pastoral
(Domingo, 06 de abril de 2008)
O Machado do Lenhador
A fábula é de Esopo. Um lenhador cortava lenha à beira do rio. De repente, o machado escapuliu-se-lhe das mãos e afundou no rio. O lenhador se pôs a chorar. Mercúrio teve pena do homem: - Por que choras?
- Meu machado caiu no rio; sem ele nada posso fazer - explicou o lenhador.
Imediatamente Mercúrio foi ao fundo do rio e de lá trouxe um belíssimo machado de ouro: - É este o teu machado? - perguntou Mercúrio.
- Não, senhor! - respondeu sinceramente o lenhador.
Mercúrio deu novo mergulho e voltou trazendo um machado de prata: - É este o teu machado? - Não, senhor. Este também não é o meu machado!
Pela terceira vez Mercúrio mergulhou e voltou, agora, sim, com o machado do lenhador. Sem conter a emoção, o lenhador apontou para o machado e começou a gritar: - É esse, é esse o meu machado!
Impressionado com a honestidade do pobre homem, Mercúrio resolveu recompensá-lo e lhe deu não só o seu próprio machado mas também os outros dois: o de ouro e o de prata.
O lenhador foi embora. Encontrando os velhos companheiros, contou-lhes o que aconteceu, mostrando os prêmios da sua honestidade. Um deles, vencido pela ambição, resolveu ir ao mesmo lugar a ver se o mesmo lhe acontecesse. Chegou ao local da cena anterior e deixou cair de propósito o seu machado dentro dágua. E começou a chorar. Mercúrio apareceu: - Por que choras?
- Porque o meu machado caiu na água e não consigo achá-lo.
Mercúrio foi ao fundo do rio e trouxe de lá um machado de ouro:
- É este o teu machado? - perguntou Mercúrio.
- Sim, sim, sim, - respondeu impaciente o mentiroso, já tentando tirá-lo das mãos de Mercúrio.
- Não - corrigiu Mercúrio - este não é o teu machado; e como castigo por tua mentira, não te dou este machado como não te trarei o teu próprio.
Pastor João Soares da Fonseca
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