7 setembro
PASTORAL
Liberdade ou Morte
O que é que brasileiros, portugueses e israelitas têm em comum? Não é o idioma nos três casos (em dois, sim). Não é a cultura. Não é a religião. É, sim, o amor ao conforto, mesmo em prejuízo de sua liberdade.
Pouco tempo atrás, um grande periódico português fez uma pesquisa para tentar descobrir quem os portugueses consideravam o homem mais importante da história daquele país. Para espanto de muitos, o povo escolheu António Salazar (1889-1970), por décadas o grande ditador do país. Um leitor tentava se justificar, dizendo que ao tempo de Salazar havia ditadura, mas pelo menos havia emprego.
E os brasileiros? Já ouvi muitos patrícios suspirando pelo retorno da ditadura militar. Seria a única maneira, pensam eles, de se acabar com a ratoeira em que se transformou o Congresso Nacional.
E os israelitas? Pois escute só o que eles disseram certa vez a Moisés, e que a Bíblia registrou: "É melhor ser escravo dos egípcios do que morrer aqui no deserto" (Êx 14.12, NTLH). Diante das dificuldades da travessia do deserto, - e deserto é sempre dificuldade - os filhos de Israel chegaram ao cúmulo de desejar a escravidão. Com tal opção, o povo israelita cometeu dois equívocos: um de natureza moral; outro, de natureza espiritual. O equívoco moral é fácil de entender: sempre será má filosofia escolher a escravidão. É abrir mão de um dom raro que Deus nos deu, que é o livre-arbítrio. É deixar que "a serpente decida por nós", na ilustração de Harvey Cox. Gosto de uma frase de Thomas Jefferson, um ardoroso defensor da liberdade: "Os covardes preferem a calmaria do despotismo ao mar tempestuoso da liberdade".
O equívoco espiritual é mais grave ainda: o povo de Israel esquecia que havia um Deus supervisionando todo aquele processo. E o plano de Deus era tirar o povo do Egito e levá-lo livre para a Terra de Canaã. Rejeitar isso significava rejeitar a orientação de Deus para as suas vidas. Não há erro maior que este. E que dele o Senhor nos livre!
Pr. João Soares da Fonseca
Pator da PRIMEIRA IGREJA BATISTA DO RIO DE JANEIRO
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sábado, 6 de setembro de 2008
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