Pastoral
(Domingo, 16 de março de 2008)
Filosofia Moleque
O casal estava preocupadíssimo porque o filho já havia completado quatro anos e ainda não falava uma palavra sequer. As outras crianças de sua idade davam um show, mas esse garotinho, nada. Não sabendo mais o que fazer, os pais levaram o garoto ao médico. Examina daqui, examina de lá, o médico nada encontrou de errado no menino, aumentando ainda mais a frustração dos pais.
Um dia, de repente, o menino gritou:
- Mãe, a torrada está queimando!
Em lágrimas, a mãe veio correndo, abraçou-o e disse:
- Meu filho querido, você falou, você falou! Puxa, estou tão feliz! Mas, diga-me, por que você demorou tanto a falar?
E ele, honestíssimo: - Ué, até agora tudo estava bem!
Conheço muito marmanjo que é adepto de filosofia infantil assim. Se abre a boca, é apenas para reclamar! É marido que só sabe gritar que a torrada está queimando. É esposa que não faz outra coisa na vida senão conjugar o verbo reclamar. É pastor que vive se lamentando do rebanho que Deus lhe confiou. É rebanho que não sabe o que é reconhecimento. É patrão que vive humilhando o empregado. É empregado que só vê defeitos no patrão. Sem dúvida, há muitos assim: para elogiar, não abrem a boca nunca, mas se é para reclamar, conte com eles. É curioso como deparamos na vida pessoas com essa configuração psicológica: exigem, criticam, protestam, ameaçam, chantageiam, sugam... Mas são dotadas de uma incapacidade crônica para o elogio. Lembram muito aquele pai, que ao examinar o boletim escolar do filho e vendo que ele tirou nota 9, em vez de o parabenizar, ataca: Mas por que você não se esforçou para tirar 10? Posturas assim realçam o acerto dos versos de um certo poeta chamado Aleixo:
"De todas as coisas na vida,
Há uma que mais me entristece:
Quando acerto ninguém lembra,
Quando erro ninguém esquece"
Que o Senhor inunde o nosso coração de uma atitude que incentive as pessoas a crescer!
Pastor João Soares da Fonseca
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