Qual é o seu Deus?
Todos os homens nascem propensos à religião. Por isso, cada povo tem a sua mitologia. Cada indivíduo tem o seu deus. Talvez alguém proteste dizendo: "Eu, não; eu não tenho deus algum; eu sou ateu". Será que é mesmo? O profeta Miquéias já denunciava: "Pois todos os homens andam, cada um em nome do seu deus..." (Mq 4.5a).
Olhando a vida, constatamos que alguns adoram a Mamon (o dinheiro); outros, a Baco (o vinho); outros, a Marte (a guerra); outros, a Eros (a carne); outros, a Vênus (a beleza), e assim por diante. Quando o apóstolo Paulo chegou a Atenas, a capital dos gregos, ele viu ali inúmeros altares homenageando deuses diversos. Um deles ficou em sua memória por causa de uma inscrição curiosa: "Ao Deus Desconhecido" (At 17.23). Isso confirma a constatação de Miquéias: "todos os homens andam, cada um em nome do seu deus". Chesterton, escritor inglês, disse que "quando alguém deixa de crer em Deus, não crê mais em nada". Mas Muggeridge, outro inglês, preferiu dizê-lo diferente: "É pior que isso. Quando alguém deixa de crer em Deus, passa a crer em qualquer coisa". O vazio religioso leva as pessoas ao cúmulo de adorarem ídolos de gesso, de concreto, de madeira, de ferro. Outros adoram ídolos humanos (atores, atrizes, gurus religiosos, escritores, jogadores, padres, pastores...). Outros ainda divinizam o conhecimento, a ciência, o conforto, o sucesso, o poder... E há aqueles, como enuncia velha frase, que adoram o próprio umbigo.
Deus é Criador, mas não é ditador. Ele deixa à criatura a decisão de o adorar ou não. Porque culto compulsório já não seria adoração, seria tortura, além de insincero. Miquéias, na continuação do verso, resume bem o que deveria ser o ideal de Israel: "...mas nós andaremos para todo o sempre em o nome do Senhor nosso Deus". Além de ser espontâneo, o culto legítimo não é fogo de palha: é, como diz Miquéias, "para todo o sempre". É assim o seu culto?
Pastor João Soares da Fonseca
Pastor da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro
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