sábado, 27 de dezembro de 2008

PAASTORA

28 DEZEMBRO

Pastoral

Madlatule

Nem só de apartheid se fez a história da África do Sul. No início dos anos de 1800, a cultura do milho naquele país foi importada da América, sem se prestar muita atenção aos cuidados que a cultura do milho exigia. Tal negligência custou caro aos sul-africanos. Exaurido o solo, gerou-se uma seca de proporções inimagináveis. E como conseqüência da seca, houve guerra entre zulus, ngunis, sothos e tswanas. É como diz um ditado muito utilizado aqui no Rio de Janeiro: "Em casa que falta pão, todos brigam, e ninguém tem razão". Em 1825, dois milhões e meio de habitantes da região que hoje constitui a África do Sul estavam morrendo de fome, movendo-se de um lado para outro à procura de esperança e alimento.

Uma tribo, porém, a dos mfengu, produziu uma palavra interessante para se referir à seca, encerrando aí, aliás, boa filosofia de vida. Eles a chamavam "madlatule", que literalmente significa: "coma o que puder, e não diga nada".

Esta atitude é melhor que a dos israelitas, que comiam o maná todo dia e ainda assim diziam alguma coisa, mas em puro protesto, reclamando das bênçãos de Deus. Teria sido melhor não dizer nada. Mas o ideal da Palavra de Deus é que não apenas não digamos nada, mas que expressemos nossa gratidão diante das bênçãos, grandes ou pequenas, que o Senhor nos tem diariamente dado. O Salmo 107.42 diz, na NVI inglesa: "O justo vê [as bênçãos] e se regozija, mas todos os ímpios fecham as suas bocas".

Neste último domingo do ano, sugiro que você faça um inventário dos benefícios com que o Senhor abençoou a sua vida, a sua família, a sua saúde, finanças, vida espiritual... Se recebi tanta bênção e, como os ímpios, fecho a minha boca, das duas uma: ou não recebi bênção alguma ou eu sou um ingrato de carteirinha! Coma o que puder, mas diga "Obrigado, Senhor".

Pr. João Soares da Fonseca
jsfonseca@pibrj.org.br

Pr da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro

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